quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Segue a prova aplicada dia 22. Conforme combinado, vocês devem ler os textos e responder as questões para prepararem-se para a correção em aula e a devolução das provas. Essa atividade acontece no dia 12 de novembro. Semana que vem temos a JAI na UFSM.

abs,
Luti

1) Explicar a diferença entre o “mercado de hits” e o “mercado de nichos” e como se forma a “Cauda Longa”

2) Citar e explicar as três forças da Cauda Longa.

3) O que é o movimento Pro-Am? Citar exemplos.

4) Cite e descreva as três leis que estão na base da “ciber-cultura-remix”.

5) Explicar e apresentar exemplos do que é interação síncrona e interação assíncrona.

6) O que significa dizer que a internet libera o pólo de emissão, mudando o modelo “um-todos” de comunicação para o modelo “todos-todos”.

7) Explique o que significa dizer que um meio existe enquanto tecnologia e também enquanto forma cultural. Ilustre com o exemplo do rádio ou o da internet.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mercado de Comunicação no Terceiro Setor

Palestrantes: Raquel Casiraghi, assessora de imprensa do MST/RS
Rodrigo Reis Navarro, voluntário da ONG Fundação Educacional Profeta Elias PR
Rosane Rosa, docente da UFSM

Rachel Casiraghi fala sobre a assessoria de imprensa que atua dentro do Movimento dos Sem Terra, os projetos que os comunicadores carregam nos assentamentos assim como as dificuldades que enfrentam.
O MST, movimento dos sem terra, lutam pela Reforma Agrária, um projeto popular para o Brasil baseado na justiça social e na dignidade humana.
A comunicação no movimento começou antes da existência de assentamentos servindo para a auto organização e divulgação na sociedade.
O MST tem a necessidade de uma comunicação institucional, e por isso desenvolve vários meios de comunicação como jornais, revistas, rádio comunitária (não abrange somente o assentamento mas também a comunidade em sua volta), e um dos meios mais usados o chamado “Rádio Poste” que é um meio de comunicação interna, informativo.
O movimento durante sua trajetória teve poucos comunicadores sociais graduados, sendo os próprios assentados que faziam a comunicação. Hoje quem cuida dessa parte são pessoas formadas para isso, quem cuida das redações dos jornais e revistas são jornalistas pagos para isso. Com o tempo foram realizados projetos como oficinas de rádio para a capacitação de assentados que hoje trabalham nas rádios locais.
Existem diferenças do MST para com a mídia convencional que só mostra em seus meios de comunicação as invasões de terras e suas ações mais radicais, deixando de lado, segundo os assentados, todo um contexto social e organizacional que poderia também ser mostrados do movimento.
O movimento carrega não só o ideal de luta mas também uma diferente forma de organização social, existindo escolas itinerantes onde há professores de fora e de base, onde tem a educação para jovens e o EJA também, para os adultos. Nessas escolas o currículo é diferenciado, não são dadas apenas as diciplinas convencionais, mas também outras que ensinam as crianças a lidar no campo com novas técnicas, já na disciplina de história eles aprendem também a história do movimento. Agora o movimento passou a utilizar um novo meio de comunicação, que são os vídeos, feitos por pessoas do próprio assentamento com o objetivo de possibilitar o MST a colocar a sua versão da história na mídia.
O jornal tem sua repercussão mais “boca a boca” ou agregados a outros jornais, mas são poucos os jornais que aceitam circular o jornal do movimento e mesmo assim a repercussão não é muito grande, ela alegou que o jornal é deixado de lado na banca.
O movimento também desenvolveu uma página na internet, mas com esta nem sempre se consegue divulgar as informações para o público que realmente se deseja (os assentados), já que se tem uma visão restrita.







Rodrigo Reis Navarro fala da Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias - Meninos de 4 Pinheiros, que é uma ONG, sem fins lucrativos, com a finalidade de dar assistência e educação integral às crianças e adolescentes que vivem nas ruas. Lá estão instalados oitenta meninos que viviam nas ruas do Paraná e até do Rio Grande do Sul, na faixa etária de sete a dezoito anos. Depois que ultrapassam a idade limite são enviados para uma república onde estão instalados sete garotos e destes cinco já fazem faculdade, nesta republica não há data limite para saída.
O trabalho começou na década de 80, em uma favela que hoje é um bairro de Curitiba. A chácara possui cinco casas, laboratório de informática e atendimento médico e odontológico que é ampliado também para os municípios vizinhos. Lá são realizadas inúmeras atividades como educação pelo trabalho, atividades pedagógicas, esportes, acompanhamento psicológico e familiar, agricultura, criação de animais, lazer e cultura. E pode se dizer que o marco do sucesso da organização foi a mobilização de jornalistas para a divulgação do trabalho.
Outro sucesso foi a elaboração de uma marca para a chácara, Menino de quatro Pinheiros, fez parte de um projeto, utilizado na conclusão de curso, desenvolvido por alunos da PUC de Porto Alegre que visava promover a chácara. Foi com essa marca que eles conseguiram parceiros internacionais que os ajudam.
O papel da comunicação na rede de proteção da infância e adolescência é articular de forma organizada as ações dos demais integrantes, divulgar resultados positivos, apresentar demandas, denunciar abusos.

Podemos dizer que o comunicador são os olhos da sociedade logo eles se tornam importantíssimos em trabalhos como movimentos sociais e ONGs. Para que mostrem resultados os projetos devem ser motivados e a divulgação é um meio de mostrar e tentar motivar a sociedade para estas causas sociais.
Aos comunicadores fica o dever de sempre procurar saber mais sobre a instituição que se esta divulgando para que não haja desavenças entre os públicos e a consciência da importância de se engajar em projetos e movimentos de inclusão social.

Gabriela Viero, Samira Valduga e Vanessa Guterres

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

PANC

O Prêmio Anual da Comunicação, criado pelos alunos da Comunicação Social da UFSM, teve sua primeira edição realizada durante a 33º Semana Acadêmica da FACOS. Após três dias, durante os quais professores e profissionais da área avaliaram os 64 trabalhos concorrentes nas 17 subcategorias, obtiveram-se finalmente os nomes dos vencedores do concurso. Resultado inesperado, em duas categorias houve empate, de forma que dois concorrentes foram simultaneamente premiados.

Uma forma de divulgar os trabalhos realizados pelos alunos, o PANC é um incentivo para os acadêmicos, que tem a oportunidade de expor e ver os resultados de seus esforços.
Eis os nomes dos vencedores em cada categoria:

Jornalismo

Reportagem telejornalística
Guris bons de bola, de Lais Prestes Bozzetto

Reportagem impressa
Biocombustíveis – alternativa viável para a demanda energética, de Sarah Quines

Entrevista radiojornalística
Entrevista com a presidenta do Riograndense Norma Rolim, de Anderson Carpes
Movimento estudantil, fundações e UNB: conversa com Cristovam Buarque, de Manuela Ilha Silva

Reportagem radiojornalística
Dia do goleiro, de Anderson Carpes


Publicidade e Propaganda

Campanha
Feira do livro de SM 2008 - 150 anos de historia na ponta da língua da boca do monte, de Maurício Martini

Peça Gráfica
Semana de Publicidade da Facos, de Damaris Strassburger

Produção em radio spot 30’’
Gaúcho sem medo de agulha, de João Arthur Homrich

Fotografia Publicitária
Seqüencialidade, de Iuri Garcia Lopes

Produção web em Publicidade e Propaganda
CCR - Paisagismo e floricultura, de Adriano de Carvalho Lima

Videotape
EPA, de Leandro Ayres Peres


Relações Públicas

Planejamento
Planejamento Anual
– Assessoria de relações públicas do Restaurante Universitário da UFSM , de Shelli da Silva

Organização de eventos
Chuveiro é o Hall, de Ivory Junior

Assessoria de Comunicação
Relatório de Atividades da Assessoria de Comunicação integrada do CCR, de Solange Prediger


Comunicação integrada

Crônica
É perfeito ser imperfeito, de Emilio Brenner Jardim

Pesquisa de Opinião Pública
Restaurante Universitário: uma organização eficiente?, de Jones Machado

Documentário
Maio de 69 – 40 anos depois, de Leonardo Meira
Jornal da Saúde, de Cícero Pilar

Website
Paisagismo e Floricultura, de Adriano Lima


Por Angélica Caceres Manfio e Bianca Riet Villanova

Produção Cultural em Santa Maria

A palestra Produção Cultural em Santa Maria ocorreu na manhã do dia 15/10, às 8h e 30. Os palestrantes foram Ana Lucia Silva, sócia-diretora da OPSs! Produções Culturais, Rose Carneiro, da Chili Produções Culturais, tendo como mediador Josias da Costa Ribeiro, docente da UFSM.

Ana Lucia formou-se em Relações Públicas na UFSM, em 1997. Logo depois foi trabalhar na Cida Produções Culturais, onde segundo Ana, aprendeu muito com a prática. Em seguida, trabalhou como Relações Públicas do Theatro Treze de Maio. Hoje Ana é a sócia-diretora da OPSs! A OPSs! desenvolve alguns projetos na área infantil, como esse ano desenvolveu o espetáculo A Cinderela. Atua fortemente no mercado cultural de Santa Maria.

Rose Carneiro formou-se em Relações Públicas pela UFSM, em 2000. Após desenvolver um trabalho sobre formatação de projetos, Rose foi convidada a entrar para o marketing cultural, então também foi trabalhar na Cida. Após sair da Cida trabalhou com a área de projetos culturais da Ulbra. Hoje, Rose é dona da Chili Produções Culturais. Um dos projetos desenvolvidos pela Chili esse ano foi o Calendário Sesc Centenário, que foi feito com fotos dos pontos turísticos de Santa Maria, porém, vistos de um ângulo diferente. A Chili trabalha muito com a LIC – Lei de Incentivo a Cultura – municipal, na qual os empresários que participam podem ter abatimento no imposto de renda, que varia de acordo com a categoria na qual querem se encaixar, que pode ser: doação, incentivo, investimento e patrocínio. Rose relatou que com a LIC falta consciência de que a cultura é importante, já que os empresários apenas contribuem porque terão gasto zero, já que abaterão do imposto de renda.

Todos os palestrantes concordaram que é necessário que haja uma profissionalização na área do marketing cultural, porque muitas vezes a falta de profissionalização acarreta em problemas que fazem com que as pessoas desacreditem da cultura, porém o marketing cultural, se bem utilizado pode trazer muitos retornos.

Foi nos dado como exemplo, o projeto Escolinha da Gabi, em que crianças de escolas públicas vão até o Theatro Treze de Maio para um dia cultural. Eles assistem a peças de teatro, musicais, participam de brincadeiras. Para Rose, o projeto Escolinha da Gabi representa o futuro, já que estão incentivando as crianças a apreciar a cultura.

Achamos que essa palestra foi muito interessante, já que mostrou-nos a importância da cultura para o desenvolvimento das sociedades e das políticas públicas, como bem diz o tema da semana acadêmica.

“A cultura não é um substituto para a vida, mas a chave para ela.” Mallock.

Gabriela Assmann, Jana Gonçalves, Bárbara Lang. – Relações Públicas.

No vestiário do Jornalismo Esportivo

A primeira palestra realizada especificamente para a área de Jornalismo realizou-se na terça-feira, dia 14, com o tema Jornalismo Esportivo e Assessoria de Imprensa. Os palestrantes foram Thaise Moreira, editora de esportes do Diário de Santa Maria, e Gilson Piber, orientador do Radar Esportivo e docente da Unifra. Fabrício Falkowski, assessor de imprensa da Sogipa e jornalista esportivo do Correio do Povo, infelizmente, não compareceu.
Diversos temas foram abordados durante o encontro. O tema internet foi amplamente debatido, tal a sua relevância. Dentre os focos relacionados, o domínio que os profissionais devem adquirir da linguagem digital, a importância de um jornalista multimídia no mercado de trabalho e o grande futuro que a internet proporciona ao profissional, com a divulgação de escalações, transmissões esportivas e resultados de jogos.
Outro aspecto citado durante a palestra foi a carência de narradores e a vantagem de possuir um curso de técnico ou árbitro, auxiliando assim na realização de comentários. Um fator muito comentado no meio esportivo, a utilização de ex-jogadores de futebol para realizar comentários durante os jogos, foi explanado. Segundo os ministrantes, eles não possuem a maneira correta de se expressar e, por isso, comentam mais com a emoção do que com a razão.
Um assunto também discutido foi o preconceito que os jornalistas esportivos sofrem dos jornalistas de outras áreas. Considerados "escanteados" desde a Academia por escolherem esse caminho no exercício da profissão, os jornalistas que se formam e seguem nesse "campo" orgulham-se de seu trabalho e de sua atuação. E não se sentem "dando um migué". Muito pelo contrário. Suas atribuições são muitas e difíceis. Muitos dos jornalistas de outros setores não têm o mínimo conhecimento sobre esportes e/ou nunca praticaram corretamente nenhum na época da escola, e, por isso, tornam-se recalcados, que só sabem reclamar e discutir assuntos que pouco interessam à população.
Por favor pessoal, o jornalismo já não é uma profissão vista com bons olhos por muitos, não vamos piorar essa situação!
Guilherme Gehres, Jaqueline Araujo e Michelle Falcão

domingo, 19 de outubro de 2008

"Telejornando" com Cristiane Finger


A quinta-feira, penúltimo dia da Secom 2008, foi animada pelo poderoso alto-astral de Cristiane Finger, editora regional do SBT, âncora do SBT Rio Grande e coordenadora do curso de Jornalismo da PUC/RS.


A jornalista conversou, como ela mesma disse, com seus "amigos" congressistas. Cristiane falou sobre realidade do telejornalismo no Brasil e de que forma ele renasceu na emissora onde trabalha atualmente.


Durante quase duas horas de palestra, contou sobre suas experiências acadêmicas e profissionais, além de citar projetos que pretende colocar em prática no futuro. Muito bem humorada, ela re latou como funciona a sua rotina e como concilia o meio acadêmico e o mercado de trabalho. Finger acredita em pessoas que fazem jornalismo porque gostam e lutam por esse propósito, com a missão de construir um produto crível para o público alvo.

Ao final da palestra, ela abriu um espaço de debate para que pudessem ser tiradas dúvidas remanescentes e para falar mais sobre a experiência na profissão. Quando ocorreu o término, muitos dos participantes foram conversar mais perto com a palestrante, a qual ficou interessada sobre o curso da UFSM, além de participar de um bate-papo bem descontraído com os alunos.

Acredito que esse momento foi indispensável para a minha formação como acadêmica de jornalismo. É de extrema importância esse contato com pessoas que já passaram pela situação de alunos e que hoje constroem uma boa carreira profissional. Quero ter a oportunidade de participar, no futuro, de mais outras semanas acadêmicas e de poder estar próxima de pessoas que me oportunizem novos conhecimentos, para que eu possa tamém realizar um bom trabalho.



Acadêmica: Mariana Cervi Soares

sábado, 18 de outubro de 2008

Vida e morte da imagem



"Um dia vai ser preciso abrir a porta da sombra
avançar até os primeiros degrau, procurar
uma luz para se reconhecer no meio de
trevas de tal modo antigas que a carne humilhada
acabou por se habituar a elas".


Michel Serres




História.
Memória.
Sensibilidade.
Desconstrução.
Ângulos.
O enquadramento do olhar e o instrumento mediador.
Partículas da realidade a se fixarem em imagem.
Vida e morte entrelaçadas.
Da evanescencia à eternidade, os contrários se instauram, num ágil e meticuloso jogo de captura.
Das palavras-chaves, ligeiramente estendidas em curtas sentenças, à epígrafe de Michel Serres, eleita por Regis Debray para a abertura do primeiro capítulo de sua obra Vida e morte da imagem – uma história do olhar no ocidente, busquei extrair algumas notas, a meu ver essenciais, embora criteriosamente selecionadas por meu oportunismo subjetivo, da conferência Fotojornalismo na atualidade, ministradas na manhã da última terça-feira (15/10/2008), pelo fotógrafo do jornal Zero Hora, Jefferson Botega, e pela professora do curso de Comunicação do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Laura Elise de Oliveira Fabrício. Aqui estou a omitir a seqüência factual da fala dos conferencistas. Nem tampouco, transcreverei literalmente qualquer fragmento de seus dizeres: não os gravei, nem os registrei por escrito. Até porque, se me valesse de quaisquer desses recursos estaria a traí-los. E as palavras, ao contrário das imagens, são sempre os mais sutis, na sua ferocidade subjacente, código de traição. Utilizei, a partir do que assisti e ouvi, um processo semelhante ao que se faz com as flores - e emprego sem isenção de culpa uma falaciosíssima analogia – após colhê-las com o propósito de extrair sua fragrância: deixei-as em decantação. E o perfume do fotojornalismo, com acordes de sua história, evolução e projeções futuras – trescala os decisivos odores contidos na antítese vida e morte.
Há na fotografia uma potencia viva e irresistível, pois com a fotografia não nos é mais permitido conceber a imagem ausente do ato que a faz ser. Uma fotografia não é apenas o produto de uma imagem, resultado de uma técnica e de uma capacidade de saber fazer e, como diria Dubois “uma representação de papel que se olha simplesmente em sua clausura de objeto infinito”.
De mero dispositivo mecânico, por vezes distraidamente acionado, à intuição e sensibilidade artística, o que é a fotografia? O espelho, transformação e traço da realidade ou um símbolo? Testemunho, documento ou alegoria? Inventário iconográfico da existência? Sem o desejo de encontrar uma saída pragmática para o labirinto de tantas outras indagações latentes, Barthes oferece-nos a ponta do fio de Ariadne, ao afirmar que o que a fotografia reproduz ao infinito só ocorreu uma única vez ao repetir, mecanicamente, o que nunca mais vai existir existencialmente. E o filósofo prossegue: “Nela o acontecimento jamais se ultrapassa rumo a outra coisa: ela sempre remete ao corpus de que precisa o corpo que estou vendo; ela é o Particular absoluto, a Contingência soberana (...), a Oportunidade, o Encontro, o Real em sua expressão infatigável”.
As imagens, e por conseqüência a fotografia, de forma contrária à palavra, são perceptivelmente acessíveis a todos, em todas as línguas, independente de competências e aprendizados prévios. E o fotojornalismo, na era digital, integra todos os andares da Torre de Babel: do Vaticano à Meca; de New York a Pequim; do pampa rio-grandense a Dubai. Contudo, uma vez que o olhar se desvia da imagem imprensa em papel – ou da tela do computador – resta ter acesso aos olhares interiores que estão prescritos em cada projeção visível, somente possível por meio da linguagem e da tradução simbólica.
A partir do momento em que a imagem fotográfica pretende ultrapassar o seu referente, eternizá-lo, congelá-lo na representação e, consecutivamente substituir, tal como um traço detido, sua ausência inelutável, a imagem é destituída daquilo que configurava a sua pureza indicial. Perde, assim, a sua conexão temporal. O fragmento oriundo da capturação mecânica torna-se parcialmente autônomo e, ao abri-se para a iconização, anuncia a sua morte. A fixação iconizante assinala o princípio do trabalho de morte da representação ao “mumificar” a imagem.
Jeferson Bottega e Laura Fabrício nos apresentaram, sob múltiplos enfoques, a gênese do processo imagístico de vida e morte. Não somente da fotografia jornalística como produto final e acabado, mas dos instrumentos de captura de imagens, de suas funções no decorrer da história, indissociável aos fatos que conjeturam as mais diversas experiências humanas. E das novas tendências mercadológicas no mundo da comunicação, a anunciarem desconstruções e reconstruções, seguindo a sempre válida premissa de que somente as ruínas são eternas.
Por Tatiana Prevedello